1 de dez. de 2011

O sorriso escondido de Deus – John Piper


Diferentemente dos demais títulos de John Piper, este livro não trata da Alegria ou Satisfação em Cristo (pelo menos não de forma explicita). É bem provável que ao lê-lo você seja tomado por uma comoção, por causa do sofrimento dos personagens, objeto de estudo de John Piper, apesar de não ser esse o intuito do autor.

Piper usa três personagens importantes para a história da igreja (John Bunyan, William Cowper e David Brainerd) para nos passar algumas lições importantes. Uma delas é ilustrada através da vida de Bunyan o escritor de mais de 50 livros, sendo "O Peregrino" o mais conhecido.

Temos muito que aprender da soberania de Deus sobre os fatos. Sempre haverá um propósito bom para todas as coisas que Deus faz, embora que, ao ler a mini-biografia escrita por Piper, você não consegue enxergar isso. Onde está o propósito bom no sofrimento de Bunyan? Ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre o plano de Deus é expor um cristão ao sofrimento para glorificá-lo através do livramento. Ele pode glorificá-lo através da morte também. O livramento acontece, mas nem sempre é via de regra. Muitos tropeçam aqui e acabam negando a soberania de Deus sobre os fatos, tentado justificar que Deus não é “mal” a tal ponto. Mas Bunyan não. Com todo o seu sofrimento, jamais colocou em dúvida a soberania de Deus. A resposta que temos é que, com o sofrimento deste homem, muitos outros (além da sua congregação) tiveram sua fé aprimorada. Edwards escreveu que “O Peregrino” tinha cheiro de prisão, foi lá que este livro foi escrito, fruto do seu sofrimento, que ecoa até aos dias de hoje.

Não somente Bunyan foi aflingido até o fim de sua vida, mas também Cowper com sua doença, incurável, e Brainerd que faleceu com apenas 29 anos.

Porque você deveria ler um livro que parece tão triste, de um autor que é expert em “Alegria”? O próprio autor responderia com um só parágrafo:

“O fruto da aflição de William Cowper é um chamada a que nos libertemos de um culto trivial e vivaz. Já que a vida cristã tornou moderno, no ocidente, o caminho do lazer e da diversão, o culto corporativo tem sido local de crescente entretenimento. A luta não é entre a música contemporânea no culto e hinos; o problema é que não existem mártires suficiente durante a semana. Se não há soldados perecendo, o que você deseja no domingo é o Faustão e algumas meninas bonitas, não o capelão militar e o cirurgião” (pg. 187). (Com certeza o Faustão aqui é uma ilustração do tradutor e não de J. Piper)

Meu caro irmão, Piper faz uma chamada séria com este livro. Esse nosso jeito ocidental moderno de viver o evangelho é perigoso. Não nos damos o luxo de sofrer. Não pregamos em alguns lugares carentes porque é inseguro. Mudamo-nos quando encontramos vizinhos chatos. Abandonamos relacionamentos difíceis. Tudo para não cairmos em sofrimento.

Leia este livro. Certamente há lições para toda uma vida aqui.

4 comentários:

  1. Ainda não tinha visto essa indicação.
    Agora, sinto-me bem instigada a ler esse livro que certamente abre os olhos, contribuindo com um "tá ligado!" à vida cristã. Obrigada pela dica!

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  2. Vai gostar deste Deby... A princípio, parece que ele está explorando a dor do personagem, mas no fim vc entende que é o meio. E de fato o que importa é como termina.

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  3. sempre que posso releio O Peregrino, pois sempre serve de inspiração par aqueles que querem realmente servir ao rei Jesus cujo caminho 'ainda é estreito'.Que Deus vos abençoe.

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